sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Contos de Natal: Um falso roubo de Natal!

Um falso roubo de Natal

Autora: Bióloga e Professora Débora Cristina Schilling  Machry
Noel era um cachorro de rua que foi adotado por Maria. A garota encontrou seu cão embaixo da ponte do arroio Kruse, perto da escola Barão.
  Um dia, voltando da escola, a menina encontrou um filhotinho, cheio de carrapatos, de pulgas, morrendo de fome escondido entre os espinhos das folhagens. Maria só viu o animal porque ele abanava o rabinho para ela. Noel parecia dizer:
_ Guria me leva para sua casa, por favor! Estou abandonado precisando de uma linda jovem para brincar e cuidar.
A pequena garotinha abraçou o cachorrinho, abriu a mochila, fez um espaço entre os livros e o acomodou :
_ Noel, vai ser seu nome. Já está chegando o Natal e você será o meu presente.  Vou precisar esconder você até falar com minha família.
A menina, que sempre ficava sozinha em casa durante o dia, aproveitou tempo  em que seus pais  estavam  fora e deu banho e comida para o cachorro.
Quando seus pais vieram do trabalho não encontraram nada de diferente em casa,  pois Cida havia escondido o mamífero dentro de seu guarda-roupas.
_ Boa Noite, Cida! Como foi seu dia?
_ Foi ótimo, trabalhei bastante.
Seu José e  Dª Miraní, estranharam tanta alegria, pois sua filha estava triste há vários dias pois queria um cachorrinho e eles haviam lhe dito que não tinham como atender seu pedido.
Enquanto o animalzinho enfraquecido se curava das feridas  Cida conseguia escondê-lo no armário até o horário em que seus pais saíam para trabalhar. Mais como mentira tem pernas curtas...
Maria não conseguiu esconder seu segredo por muito tempo, pois Noel se curou e numa certa noite, enquanto tomavam chimarrão,  começou a latir dentro do esconderijo.  Maria congelou de medo e saiu correndo para seu quarto, seus pais foram atrás da filha. Ao chegarem no aposento, encontraram a menina que chorava agarrada  ao animal preto e branco peludo:
_ Pai, Mãe deixa eu ficar com Noelzinho?  Eu não quero mais nada de Natal.  Já cuidei dele, curei suas feridas e não quero mais ficar sozinha à tarde. Ele me faz companhia e não fico mais com medo!
Seus pais comovidos com a cena de carinho disseram:
_ Minha filha, nós íamos lhe comprar um cãozinho de natal, mas agora já vimos que o Papai Noel já lhe mandou um belo presente. Sim, você pode ficar com Noel.
Durante os dias e meses a guria ficou mais responsável e cheia de orgulho dizia para todos que elogiavam seu cachorrinho:
_ Ele não é vira-lata, Noel é cachorro da raça do meu coração. Ele me escolheu e eu aceitei seu pedido para ser dona dele.  As pessoas deveriam de cuidar primeiro dos cães abandonados para depois pensar em comprar!
O ano foi passando, os pais de Cida pagaram uma vizinha para cuidar da menina. Mas quando faltavam quinze dias para o natal, Maria Aparecida, adoeceu de tristeza porque  seu bichinho de estimação  havia sido roubado.
Desesperada, na tarde em que ele desapareceu, Cida colocou cartazes espalhados pela sua rua, na Vila chamada “Buraco da Fumaça” dizendo: 
Por Favor, se você está com Noel, me devolva, este cão mora no meu coração! Sem ele meu coração está vazio!
A comunidade do "Buraco da Fumaça" ficou comovida com o apelo da menina e também começou a procurar  o bichinho.
Já haviam se passado dois dias de busca por Noel, quando Maria ouviu um barulho estranho dentro de seu guarda-roupas.  Assustada e sozinha,  foi até seu quarto com uma vassoura para matar o rato que ela achava que estava no seu dormitório. Com a vassoura em punho, abriu a porta do móvel e dentro de sua mochila velha, com olhos arregalados estava Noela, sim a pequena cadela da raça vira-lata com seus dois cachorrinhos mamando. 

Maria disse:
_ Falso roubo de Natal!  Você me enganou, seu “peludinho”.  Eu pensava que você era um macho gordinho. Mais você é Noela que me trouxe  dois presentes de natal:  Felicidade  e Papai Noel.
 Sim, porque agora eu sei a diferença de um totó macho e de uma fêmea.
Maria encontrou novos donos para os dois filhotes.
Noela foi esterilizada pois Maria Aparecida só poderia ter um companheiro  no pequeno pátio, daquele lar abençoado.   





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