quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Memórias de Professora

Há poucos dias, trabalhei sexualidade em sala de aula. Era uma turma de oitavo ano com jovens que estavam muito curiosos sobre esta fase da sua vida. Quando ministro esta aula, o silêncio impera. Pode cair um alfinete que nós escutamos, tamanho é o interesse dos jovens sobre o tema.

Expliquei para eles o que significava a puberdade, apresentei as glândulas responsáveis por tanta bagunça no seu organismo e falei que o amor é diferente da paixão. O amor limpa as fraldas, o amor não abandona a parceira(o) por qualquer motivo. Já a paixão, pode ser hoje por uma pessoa e amanhã por outra. Ela é muito boa de sentir, mas também pode ser traiçoeira. 

A risada foi geral, todos se identificaram e disseram que é assim mesmo. 

Nesta turma, eu tenho um aluno muito quieto que pouco se manifesta. E aí que foi a minha surpresa, quando no final da aula, ele esperou todo mundo sair para me dizer: Professora quando eu tiver uma namorada, eu vou trazer ela para lhe conhecer, e para a senhora falar com ela. Foi muito importante tudo que a senhora ensinou. Meus pais nunca diriam isso para mim. 

Com isso, fiquei orgulhosa. Afinal, a aula teve cunho multiplicador.” 

Debora Machry, professora de ciências  - São Leopoldo (RS)

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