Doação de órgãos
Artigo: Professora e Bióloga Débora Cristina Schilling Machry
O momento de dar adeus a alguém que teve morte cerebral é horrível. Ainda, com a ajuda das máquinas, a pessoa querida, com movimentos meramente mecânicos respira. O cérebro, o comandante vital corporal morreu. Os familiares convencidos da situação são chamados para o consequente remate da vida. Os doadores de órgãos em um gesto de solidariedade e acima de tudo de amor incondicional, não morrem simplesmente. São herois da vida que conseguem se manter, vivos mesmo sem a sua presença corpórea completa. De certa maneira driblam a morte corporal para continuarem dando vitalidade a receptores que em muitas vezes nunca sequer conheceram ou tiveram convívio. Com impressões digitais únicas (doador e receptor) que após o óbito se fundem. Cada um de nós sabe que é uma criação divina e especial. Em vida, talvez o doador e o receptor podem ter se cruzado, mas nunca imaginavam tal final. O doador, de livre e espontânea vontade, prevê seu anseio, dialoga com sua família seu desejo e se cadastra num banco de doadores. Existem critérios para que alguém possa ser doador, mas a saúde é condição. Há indivíduos que não pensam sequer na hipótese ou não podem por diferentes motivos. No entanto isso não é motivo para não sermos doadores durante nossa vida. Não estou falando em paternalismo, “dar o peixe e não ensinar a pescar”! Me refiro a doação de tempo para conviver com os idosos, com doentes em hospitais, com parentes que não vemos há muito tempo e etc. Essas pessoas e também você, com estes gestos de atenção e carinho talvez pudessem ter até um “fortificante motivo” para se curar e continuar vivendo com qualidade de vida. Alguns estão doentes de ódio, inveja e maus sentimentos. Isto não faz tanto mal a quem é o desencadeador ( que muitas vezes nem sabe) de tais sentimentos, mas adoece a pessoa desequilibrada de opiniões negativas. Os bens materiais, por vezes são mais fáceis de doar por parte de algumas pessoas, as avarentas preferem acumular e entulhar seus armários. Evite o consumo de bens sem necessidade e antes de fazer as compras reflita quais dos seus bens você pode se desfazer sem contaminar o meio ambiente e presentear alguém que realmente precisa. Viu ser doador mesmo para quem se intimida é teme é sempre possível. A medicina evolui a cada dia, e os humanos reiniciam aprendizagens. Evoluir é vital. O Brasil precisa de doadores de órgãos e de felicidades, pense sobre isto.