Vocação de professor ( 1ª parte)
Texto Bióloga e Professora Débora Cristina Schilling Machry
O professor é um educador que
através das didáticas e pedagogia desenvolve seu trabalho, a fim de que o
conhecimento adquirido nas redes intrincadas de grandes mestres teóricos e
práticos (formais e informais) favoreça o autoconhecimento do seu ser e do seu
aluno. Quem se conhece, sabe das suas necessidades e limitações. Sabe o que lhe
deixa feliz e infeliz. Com isso sabe como tratar o outro, afinal só quem se ama
verdadeiramente sabe como o amor é importante para o próximo. Só quem ama sabe
o valor de ser ouvido, sabe que maltratar os animais dói, sabe que ignorar um
idoso machuca, sabe que deixar o seu semelhante infeliz gera muita tristeza em
cadeia.
Para ser professor se estuda
muito e diariamente. Sou professora “do chão da escola” e por isso posso falar.
Educar é ocupar espaços e tempos
dentro e fora da escola. Na educação formal os professores e alunos são seres
humanos em primeiro lugar. Sujeitos a erros e acertos. Pessoas que procuram dar
significados às novas descobertas e redescobertas.
Para haver fluência e sintonia
integrada à cognição e afetividade é necessária a convivência familiar. É
necessário o autoconhecimento.
O amor ao próximo e a humildade deve
existir em todas as profissões, afinal foi assim e é assim que aprendemos. A
educação formal necessita de bons exemplos da família, nas repartições
públicas. O comportamento adequado e respeitoso deve dar lugar para a gestante
ou idoso que estão de pé.
Na escola os educadores são
profissionais que precisam ocupar seu lugar para que os objetivos e metas
educacionais para os quais se formaram sejam atingidos. Os professores não são
psiquiatras, nem psicólogos, nem pais, nem mães, enfermeiros e etc. Nossa
missão já é bastante trabalhosa e não fizemos curso superior para estas
profissões. Muitos de nós já têm seus filhos.
Na área dos profissionais da
saúde por exemplo, a população compreende que hipóteses sem exames clínicos são
apenas intuição. No tratamento do paciente pressentimentos não trazem diagnósticos
verdadeiros por isso muitas vezes são ignorados.
Na vocação do cientista professor
(todas as ciências utilizam o método científico) não é diferente. Muitas
variáveis são relevantes quando ministramos nossas aulas ( fome, abandono,
inclusão e etc).
Nossa postura profissional possui limites, pois a educação “de
casa” deve vir de casa, a higiene básica deve ser aprendida com a família.
Precisamos filtrar “palpites” de quem escolheu outras carreiras, precisamos
ouvir, mas refletir a respeito e não permitir que nossos objetivos pedagógicos
sejam modificados por hipóteses não testadas antes.
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