Férias de Julho ( parte 1)
Autora: Bióloga e professora Débora Cristina Schilling Machry
Uma parada de descanso para fazer um feedback de nossas ações até agora na escola. Hora de relaxar sem tirar o foco dos estudos, afinal estamos nos dirigindo para o segundo e derradeiro semestre para novas etapas em nossas vidas. Portanto não deixe de ler enquanto descansa. Dê uma “recauchutada” no seu estojo, encape seus cadernos com novas imagens, limpe sua mochila, agende-se para ser feliz, pois quem não se organiza vive sempre estressado com várias atividades que precisa fazer ao mesmo tempo. Planeje-se, mas não esqueça de se divertir, plantar árvores, ou flores, elaborar alguns alimentadores para os pássaros, fazer carinho nos seus animais de estimação e acima de tudo trate bem seus familiares. Converse com seus pais, dedique seu tempo para seus avós, curta seus irmãos e primos e se comunique com seus amigos de escola. 
Nas minhas férias de julho sempre ficava com minha falecida vó Lídia. Era maravilhoso ficar às manhãs, tardes e noites recebendo e dando carinho para minha querida “Vózinha”. Ela me contava histórias incríveis pois nascera no início do século XX. Muitas vezes a história contada se repetia, mas não fazia mal, pois ao lado do fogão à lenha, com chimarrão à duas mãos, muito pinhão e amor materno eu ouvia com atenção tudo que ela me contava.
Certa vez fui para casa de vó, em Novo Hamburgo, de bicicleta. Ela sempre sentava na frente da casa me esperando. Quando dobrei a esquina da casa dela, ela sorriu de longe e me disse que estava muito feliz e preocupada, pois eu sempre ia de ônibus (Estrada Velha- Canudos) e ela me esperava na parada. Mas aquele dia quis inovar e mostrar para ela que eu ia de qualquer jeito vê-la por que eu a amava de verdade. Sempre vou me lembrar com saudosismo das minhas férias de julho. Elas sempre me deram um fôlego importante para encarar a etapa final do ano escolar.
Numa destas histórias, vó me contou que quando era criança, já sem sua mãe, foi criada com seus 9 irmãos pela sua irmã mais velha “Tia Chiquinha”, que também é falecida. Como todos os meus tios- avós tinham respeito por esta irmã, ela era como sua mãe, eles a obedeciam como tal. Suas roupas eram feitas em casa. Sutiã era chamado de “corpinho”. Vó me contou que certa ocasião pegou sua irmã no flagra retirando os botões para coloca-los no seu “corpinho”. A vó disse que fez de conta que não viu, pois sua “mãe-irmã” era muito especial. Com este exemplo de reconhecimento e perdão, aprendi a respeitar cada vez mais meus irmãos. Esta e outras pequenas histórias do mês de julho que guardarei para sempre no meu coração.
Vó Lídia foi enterrada no dia em que faria 97 anos, um dia antes do meu aniversário. Tia Chiquinha faleceu com 104 anos depois de todos os seus irmãos.
Agora, nas minhas férias, ficarei curtindo meu filhote Cícero, meu marido, minha mãe Miraní e meus irmãos Sara e Moisés, meus sogros e tias..., afinal não sou criança mas ainda tenho o mesmo espírito escolar.
Então aproveite este período muito legal das nossas vidas, durma bastante e se renove. A escola espera por você com todo gás de alegria, descanso, vontade de aprender e estudos.
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