quarta-feira, 6 de maio de 2015

Saiu hoje no jornal Vale dos Sinos o artigo : Raízes Eternas

Raízes Eternas

Texto Bióloga e Professora Débora Cristina Schilling Machry
Meu pai, o “Toco” (ele explicava que “toco" não tem lado, é redondo e se adapta à vida), me ensinou que, se aprendermos a plantar, nunca passaremos fome. É uma verdade! Antes de falecer, em 2012, na cadeira de rodas, meu Velho me ensinou a plantar aipim. Sentado, ele me explicava a direção que a rama ( muda da raiz) devia ser enterrada e a sua posição em relação à luz solar. Em abril 2015, arranquei do solo o último pé de aipim que plantamos juntos: 25 quilos de alimento, nutritivo, energético e saboroso. É claro que me emocionei. A família se reuniu para comemorar a atividade: tirar fotos do vegetal, serrar as raízes que eram enormes, descascar, cozinhar, relembrar histórias  vividas e redescobrir outras aprendizagens. Sim, mesmo depois de desencarnado, meu amado genitor deixou aprendizagens com as suas plantações. São raízes eternas que ficam encravadas na alma da gente. Este registro vivo e alimentício é significativo e me lembra de que uma árvore quando é derrubada leva consigo dezenas  de vidas: formigas, outras plantas que vivem sobre ela, insetos, aves, mamíferos ( abrigo e proteção), e etc. Ensino meus alunos a plantarem. Para preservar o ambiente é necessário conhece-lo e preservá-lo. Se os ecossistemas forem destruídos como vamos ensinar e educar para resguardar a vida de todos os cinco reinos terrestres?

Aprendi e aprendo muito ainda, mas para expandir o que sei preciso contagiar pessoas,  para que as grandes empresas e corporações sejam pressionadas a poupar e economizar os recursos naturais que são sim, escassos e delicados. As cadeias alimentares precisam de equilíbrio para que o mundo inteiro não seja mais ameaçado. A sustentabilidade de nossas pequenas ações evitará risco de esgotamento planetário.
Temos deveres com a natureza. Desde que o homem habita o planeta, os recursos são retirados para consumo. Só o ser humano mata por matar, não precisa se quer de ameaça. Mas há muito tempo temos consciência disto e por isso nossa obrigação é de fazer bom uso do que nos é fornecido ( neste artigo, lembro dos alimentos orgânicos). Somos o que comemos. Lembre-se comemos agrotóxicos, antibióticos, hormônios, alimentos transgênicos e etc.

Você pode e deve plantar seus próprios alimentos. Basta planejamento, adequação de seus espaços e boa vontade. Depois é só colher os bons frutos, convidar os familiares e amigos para polir a amizade e criar raízes eternas de afeto, zelo e cuidado. A natureza sobrevive e você descobre novas habilidades e competências pessoais. Vendo sua beleza interior, você fica próspero e satisfeito você deixará as outras pessoas encantadas com seu “brilho sustentável.” Crie raízes eternas!!!

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