segunda-feira, 11 de maio de 2015

Um amor de crochê ( um artigo para minha mãe)

Um amor de crochê
Texto Bióloga e Professora Débora Cristina Schilling Machry
Ponto, por ponto. Cada trançada na linha, revela o cuidado e o zelo amoroso pela obra criada. A figura copiada para o fio da linha é contada milimétricamente em pontos matematicamente criados. Quando, por algum motivo acontece um erro na contagem, há necessidade de desmanchar calmamente. Verdadeiras rendas cheias de histórias são tecidas com aquelas mãos cheias de sabedoria e paciência: um crochê de afeição, dedicação, paixão e afeto. O amor de mãe é imenso. Minha mãe é uma grande crocheteira.  Uma pessoa incrível que possui talentos generosos e ousados. Meu pai, o “Toco”, sempre dizia que minha mãe era bonita. Concordo com ele. Abreviam seu nome e a chamam de "Mira". Meu pai, muito criativo dizia que era porque estamos sempre na sua mira para nos dar carinho, atenção, paciência e amor. Ela, tece obras lindíssimas para organizar nossa casa e nossa vida. Miraní vive cada dia fazendo seu trabalho artesanal em nossas vidas: dando conselhos experientes, rezando por todos que precisam, enfim trazendo felicidade a todos que dela precisam. Minha mãe é muito forte. Ela passou por situações diárias com seus três filhos, que eu como mãe não sei se teria tido forças para encarar. Mira, não deixava e não deixa o peso dos anos abalar seu espírito aventureiro. A coragem e força de uma mãe, vem do seu filho, é um grande vínculo que a mãe natureza deu a alguns seres humanos. Alguns pais são verdadeiras mães: penteiam os cabelos dos filhos para irem à escola, abraçam-nos e os abençoam. Pequenos gestos que ficam para toda vida. Infelizmente nem todos os meus alunos têm mães e pais tão atenciosos. Meus irmãos e eu, somos agraciados pela “Mira” que temos. Uma colega me confidenciava esses dias: que saudades tenho de sentar e conversar com minha mãe. Tomar aquele café que só ela sabia fazer!  Nem consigo pensar naqueles filhos que esquecem de suas mães o ano todo. Não as visitam, só lembram delas no segundo domingo de maio.

Mãe também erra e precisa desmanchar alguns pontos errados durante a vivência entrelaçada de sua vida com seus filhos. No entanto, assim como ela teve muitas vezes tolerância com você, há também de haver tolerância com ela. Nosso umbigo é a cicatriz que comprova nossa relação fetal. Algumas mães que não geraram seus filhos têm esta cicatriz no coração. O que realmente importa é se amamos nossa mãe.

Meu filho me disse que me ama porque veio do meu sangue e eu digo o mesmo para minha mãe que faz lindas obras com um amor de crochê.

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