sábado, 28 de junho de 2014

COMO FUNCIONA O PROJETO FIEL AO RESÍDUO SÓLIDO E SEUS RESULTADOS!

Educação Popular Socioambiental através da Agenda 21




Autora: Débora Cristina Schilling Machry,  Bióloga
1. Contextualização da Agenda 21 das Sub-Bacias de São Leopoldo:
Em São Leopoldo, há oito arroios: I - Sub-Bacia do Arroio Kruze; II - Sub-Bacia do Arroio Sem Nome; III - Sub-Bacia do Arroio Peão; IV - Sub-Bacia do Arroio Gauchinho; V - Sub-Bacia do Arroio Cerquinha; VI - Sub-Bacia do Arroio da Manteiga; VII - Sub-Bacia do Arroio Portão-Bopp; VIII – Sub-Bacia do Arroio João Corrêa.
Cada um destes mananciais tem um curso próprio nos bairros:
  Kruze: Campestre (parcial), Santo André, São José (parcial), Rio Branco, Morro do Espelho, Fazenda São Borja, Pinheiros (parcial) e Centro (parcial).
 João Corrêa: Duque de Caxias, Santa Tereza, Jardim América, Padre Réus, Cristo Rei, Morro do Espelho, Centro, São Miguel, Vicentina, Fião, São João Batista.
 Manteiga: Arroio da Manteiga (parcial), Boa Vista (parcial).
Cerquinha: Boa Vista (parcial), Scharlau (parcial), Campina, Rio dos Sinos, Santos Dumont ( parcial).
Bopp: parte do Manteiga e Boa Vista.
Sem Nome:  Feitoria (parcial), e  Pinheiros (parcial).
Peão:Campestre (parcial), Feitoria (parcial).
Gauchinho: parcialmente Santos Dumont e Scharlau.
2. Problemas ( “ Pedras do Caminho” ):
Após a mortandade registrada em 2006 no Rio dos Sinos a população se sensibilizou com a agonia da vida aquática e com a qualidade e a quantidade de água potável na cidade.
O abastecimento de água e tratamento de esgoto é feito pelo SEMAE (autarquia), portanto é um serviço particular. 
Em uma das saídas de campo com o Coletivo Educador, no percurso pelas vertentes dos arroios, o grupo ambiental se surpreendeu com as águas límpidas das vertentes do Rio dos Sinos, que percorriam os “pulmões verdes” de nossa cidade. Os espaços verdes amenizam o calor durante o dia e à noite garantem uma brisa refrescante amenizando o frio. Durante o trajeto o grupo ficou preocupado com situação crítica da poluição na foz do arroio João Corrêa.
Há falta de cuidado em todas as sub-bacias: muito resíduo sólido a céu aberto e falta consciência socioambiental. Muitos moradores da cidade ainda fazem dos mananciais um “aterro aquático” de todo o descartado (pneus, geladeiras, sofás, pias, camas...). Os resíduos, apesar da coleta seletiva, ainda são jogados diretamente nas ruas,  nos bueiros,  nos arroios e no rio. Todos os rios chegam ao mar!
A quantidade de resíduo retirado da beira dos arroios, após o deslocamento das famílias para novas áreas regulares deixa muito visível a falta de cuidado com a natureza.   Em alguns trechos de alguns arroios a revitalização das margens com a limpeza e plantio de árvores já é realidade. Mas há bastante por fazer!
O poder público e a sociedade são responsáveis pela preservação e conservação dos cursos d’água bem como das sub-bacias (áreas de preservação permanente). É urgente a população participar da gestão do Plano Diretor da cidade através e das Audiências Públicas. É crucial a formação socioambiental continuada, o debate, o aperfeiçoamento e fortalecimento das relações sociais. Enfim, exercitar a cidadania consciente, eficiente e responsável.
3. Retirando as “Pedras do Caminho” para alcançar o “Sonho” de um mundo mais justo
Em São Leopoldo, sou professora de Ciências da Natureza e tenho organizado formação continuada sobre o tema Mortandade com o Coletivo Jovem de duas escolas municipais. É formado por grupos de alunos em condições de vulnerabilidade social e ambiental.
Segundo Ministério do Meio Ambiente:
“Coletivos Educadores são conjuntos de instituições que atuam em processos formativos permanentes, participativos, continuados e voltados à totalidade e diversidade de habitantes de um determinado território. O Coletivo Educador é, ao mesmo tempo, resultado e realizador do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) e do Programa Nacional de Formação de Educadoras e Educadores Ambientais (ProFEA). O papel de um Coletivo Educador é promover a articulação institucional e de políticas públicas, a reflexão crítica acerca da problemática socioambiental, o aprofundamento conceitual e criar condições para o desenvolvimento continuado de ações e processos de formação em Educação Ambiental com a população do contexto, visando a sinergia dos processos de aprendizagem que contribuem para a construção de territórios sustentáveis”.

O “sonho” (Objetivo Geral) para a agenda 21 do Coletivo Educador é alcançar o planejamento integrado da gestão ambiental comunitária e identidade cultural, atingindo gradativamente toda a comunidade do arroio Arroio Kruse em que se formam os Com-vidas (grupos dialogam entre si, para reforçarem suas práticas e para agirem nas necessidades que surgem dentro dos “fóruns dos arroios”).


4. “Colocando a mão na massa”: planejamento e ações!

Os objetivos específicos destinam-se à conservação e/ou melhoria da quantidade e da qualidade da água dos cursos d’água do município bem como de sua preservação e  racionalização do uso das águas subterrâneas:
1.      estabelecer o controle social da gestão das sub-bacias, por parte de todos os segmentos da sociedade pois acreditamos no potencial transformador e crítico das pessoas para obterem um mundo mais justo e sustentável.
2.     Avaliação crítica e construtiva ( coerência entre pensar, falar, o sentir e o fazer) ;
3.     participar de um Fórum Municipal da Agenda 21 Local e Regional e garantir a continuidade e permanência do processo educativo;
4.    promover e atuar com transparência na implementação da educação ambiental na sub-bacia.
5. Resultados alcançados (“mais próximos do Sonho”):
Há 8 anos o Coletivo Educador Jovem se mantém trabalhando no e pelo ambiente através do Projeto Fiel ao Resíduo Sólido.  Em cada ano de projeto dos participantes, são apresentados resultados, ocorrem avaliações do que foi desenvolvido, trocas solidárias de produtos e de ideias sustentáveis.
A rede de parceiros faz palestras, mobilizações ambientais, plantio de mudas de árvores nativas, navegações orientadas pelo Rio dos Sinos para educação ambiental, oficinas de conscientização sobre resíduos sólidos, capacitação sobre cuidados com a dengue, como fazer biodigestores e plantio nas hortas escolares, primeiros socorros, uso de plantas medicinais, visitações (E.T.E , E.T.A, Aterro sanitário) e muito mais.
  Em 2013 ocorreu a publicação de um modelo de agenda 21 de “Bolso” com o trabalho das comunidades participantes.
6. Conclusões Parciais da Agenda 21:
          O grupo está satisfeito com os resultados, pois conseguiu a produção e a disseminação de materiais didático-pedagógicos e instrucionais. Sistematizou, disponibilizou informações sobre experiências exitosas e apoiou novas iniciativas, mas entendemos que será necessário muito empenho e consciência ambiental para solucionar, produzir e aplicar instrumentos de acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações para os  problemas enfrentados pelos nossos arroios.

Divulgação dos encontros disponíveis nos seguintes endereços: www.consorcioprosinos.com.br;  http://www.agenda21sinos.blogspot.com.br, http://www.youtube.com/watch?v=i7JDhRkkoBQ&feature=plcp- http://www.jornalvs.com.br/blogs/jornal-na-sala-de-aula/398394/alunos-abracam-a-causa-ambiental.html, blog: cristinaschillingmachry45.blogspot.com, .

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